Mostrando postagens com marcador Casos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Casos. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Problemas comuns em áreas rurais: Araneísmo (2)


PHONEUTRIA (ARMADEIRA)


Phoneutria

Conhecida como armadeira por possuírem comportamento de defesa e saltarem em direção à presa ou ao homem, elas erguem as patas dianteiras e os palpos, abrem as quelíceras, tomando bem visíveis os ferrões.

Quadro Clínico
As manifestações locais são predominantes do quadro clínico, sendo a dor de início imediato e intensidade variável, podendo estar acompanhada de edema. Eritema, parestesias e sudorese no local da picada. Em alguns casos pode ocorrer sintomas sistêmicos diversos como: sudorese, tremores, convulsões, taquicardia, arritmias, distúrbios visuais e até o choque.


Classificação
a) Leves: mais freqüentes. Apresentam predominantemente sintomatologia local. A taquicardia e agitação, eventualmente presentes, podem ser secundárias à dor.

b) Moderados: Associadas às manifestações locais, aparecem alterações sistêmicas, como taquicardia, hipertensão arterial, sudorese discreta, agitação psicomotora, visão “turva” e vômitos ocasionais.

c) Graves: são raros, sendo praticamente restritos às crianças. Além das alterações citadas nas formas leves e moderadas, há a presença de uma ou mais das seguintes manifestações clínicas: sudorese profusa, sialorréia, vômitos freqüentes, diarréia, priapismo, hipertonia muscular, hipotensão arterial, choque e edema pulmonar agudo

                       

Tratamento
Sintomático: a dor local deve ser tratada com infiltração anestésica local ou troncular à base de lidocaína a 2% sem vasoconstritor (3 ml - 4 ml em adultos e de 1 ml - 2 ml em crianças). A dor local pode também ser tratada com um analgésico sistêmico, tipo dipirona. Outro procedimento auxiliar, útil no controle da dor, é a imersão do local em água morna ou o uso de compressas quentes.

A soroterapia antiaracnídea está indicada nos casos moderados e graves. Analgésicos sistêmicos como dipirona e meperidina também são usados; a imersão do local da picada com agua morna ou o uso de compressas parecem ser úteis no controle da dor.
Avaliar história de vacinação prévia contra o Tétano

LATRODECTUS (VIÚVA NEGRA)



A distribuição geográfica varia conforme a espécie de Latrodectus. A Latrodectus curacaviensis é encontrada na região nordeste, enquanto a Latrodectus geometricus é encontrada praticamente em todo o país. Somente as fêmeas são causadoras de acidentes, quando são comprimidas contra o corpo.

Quadro clínico
Geralmente, o quadro se inicia com dor local, de pequena intensidade, evoluindo para sensação de queimadura 15 a 60 minutos após a picada. Pápula eritematosa e sudorese localizada são observadas em 20% dos pacientes. Podem ser visualizadas lesões puntiformes.

As manifestações sistêmicas mais frequentes são motoras com dor irradiada e contrações espasmódicas dos membros inferiores, contraturas musculares intermitentes, tremores, dor com rigidez abdominal.

Fácies latrodectísmica: eritema e sudorese de face e pescoço, edema palpebral, blefaroconjuntivite, expressão de dor e eventualmente trismo de masseteres.

Tratamento
Analgésicos sistêmicos
Especîfico: O soro antilatrodectus (SALatr) é indicado nos casos graves, na dose de uma a duas ampolas por via intramuscular. A melhora do paciente ocorre de 30 minutos a três horas após a soroterapia
Avaliar história de vacinação prévia contra o Tétano

AUTORES:
Ddo Elias Soldatelli Oliboni
Ddo Henrique Pavan

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), 2001. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília: FUNASA, Ministério da Saúde.


ISBISTER, G. K.; FAN, H. W. Spider bite. Lancet, v. 378, p. 2039-2047, 2011.
PROBLEMAS COMUNS EM ÁREAS RURAIS: ARANEÍSMO (1)

Destacam-se do Brasil três gêneros de maior relevância clínica: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus. Os acidentes por Loxosceles (aranha marrom) são os mais frequentes, seguido por Phoneutria e Latrodectus. Os acidentes causados por Lycosa (aranha de Jardim ou “tarântula”) apesar de relativamente frequentes não constituem problema de saúde pública. Os acidentes causados pela Aranha Caranguejeira são destituídos de importância médica, sendo conhecida a irritação ocasionada na pele e mucosas causados por contato com pelos urticantes.
LOXOSCELES


 Loxosceles

Encontrado em todo o país, principalmente na região sul.  São aranhas pequena, não agressivas, de hábitos noturnos e que picam somente quando comprimidas contra o corpo. O acidente atinge mais comumente adultos, com discreto predomínio em mulheres, ocorrendo no intradomicílio.

Quadro clínico
Forma cutânea (99%)
Sintomatologia local se instala de forma lenta e progressiva com dor, edema, endurado e eritema, acentuando-se nas primeiras 24-72 horas do evento.
Pode acompanhar o quadro local alterações do estado geral, como astenia, cefaleia, mialgia, rash, febre nas primeiras 24 horas, diarreia, visão turva, até obnubilação e coma. As lesões podem variar desde:
Lesão incaracterística:  bolha de conteúdo seroso, edema, calor e rubor, com ou sem dor em queimação.
Lesão sugestiva: enduração, bolha, equimoses e dor em queimação.
Lesão característica: dor em queimação, lesões hemorrágicas focais, mescladas com áreas pálidas de isquemia (placa marmórea) e necrose.
                                         
                                                               Lesão do Loxosceles: Placa Marmórea

Forma cutâneo-visceral ou hemolítica (1%)
Hemólise intravascular, cursando com anemia, icterícia e hemoglobinúria, podendo evoluir para CIVD.

O acidente loxocélico pode ser classificado em:
Leve: observa-se lesão incaracterística sem alterações clínicas ou laboratoriais e com a identificação da aranha causadora do acidente.
Moderado: o critério fundamental baseia-se na presença de lesão sugestiva ou característica, mesmo sem a identificação do agente causal, podendo ou não haver alterações sistêmicas do tipo rash cutâneo, cefaleia e mal-estar.
Grave: caracteriza-se pela presença de lesão característica e alterações clínico-laboratoriais de hemólise intravascular.




Tratamento
Para as manifestações locais: Analgésicos, aplicação de compressas frias, antisséptico local e limpeza periódica da ferida são fundamentais para que haja uma rápida cicatrização, antibiótico sistêmico se necessário (visando à cobertura para patógenos de pele).

Tratamento cirúrgico pode ser necessário no manejo das úlceras e correção de cicatrizes

A eficácia da soroterapia (SALox – Soro Antiloxoscélico) diminui após 24-36 horas do acidente, logo deve ser administrado o mais rápido possível para os casos moderados (5 ampolas) e graves (10ampolas). O soro antiaracnídeo (SAA) é uma opção.
A prednisona pode ser usada na dose de 40-60mg/d para adultos ou 1 mg/kg/dia para crianças, durante 5 a 10 dias, nas formas moderadas e graves.
Avaliar história de vacinação prévia contra o Tétano

AUTORES:
Ddo Elias Soldatelli Oliboni
Ddo Henrique Pavan

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), 2001. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília: FUNASA, Ministério da Saúde.

ISBISTER, G. K.; FAN, H. W. Spider bite. Lancet, v. 378, p. 2039-2047, 2011.


terça-feira, 15 de abril de 2014

Retirada Anzol - Estágio DDa Joana e Marina

 Caminho para visita domiciliar em área rural do interior de Nova Petrópolis.
Limpeza, assepsia e bloqueio anestésico do dedo sem vasoconstritor.

Etapa de avanço do anzol.

Após ruptura da barbela (e de um alicate!), técnica retrógrada utilizada.

Aspecto final.