segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Relato ddo Bruno Achutti Duso


"'As pedras na água não sabem como as pedras no sol se sentem'. Esse é um provérbio haitiano. O que nós acadêmicos vemos e praticamos num crescente curricular não passa nem perto do que nos espera quando enfrentamos a assustadora responsabilidade de resolver problemas num consultório médico. Tosse, olho vermelho, dor nas costas, mancha no corpo.. São problemas proporcionalmente (e não falo só de Gauss) dignos, no mínimo, de tanta elocubração quanto as consequências de uma mutação do RET ou o p estatisticamente significativo que difere as estatinas. A relação entre cultura e saúde é um desafio que sofre pela dicotomização que nos é inerente e nos faz olhar de forma isolada questões tão confluentes que incomodam a dona Marta, que veio ver a pressão. "Anda alta", ela conta. Durante esse estágio consolidei conceitos que eu tinha como fantasmas, dispersos e imprecisos sobre saúde da família. Ganhei outros que nunca ouvira falar. Fui questionado sobre virtudes e conhecimentos básicos de um clínico e a fazer o mesmo sobre toda a informação que chega até mim. Virchow era um homem conhecido por muitos dizeres. Foi demitido de cargos importantes do governo por usar eles demais. "É a maldição da humanidade que ela aprenda a tolerar as mais horripilantes situações por hábito", "A educação médica não existe a fim de prover estudantes com um meio de ganhar a vida, mas para garantir o bem estar da comunidade" e, uma das favoritas "Os médicos são os advogados naturais dos pobres e os problemas sociais devem ser resolvidos em grande parte por eles". De anti-hipertensivos baseados em evidência a Latour, foram 3 semanas que certamente construíram um dos pilares da minha formação. As pedras na água devem saber como as pedras no sol se sentem!"

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