O trabalho desenvolvido foi apresentado pelo médico de família e comunidade Leonardo Vieira Targa durante o simpósio "Interiorização da Medicina e Medicina Rural" juntamente com as experiências do Canadá (Dr. Roger Strasser) e da região Norte do Brasil (Dr. Nilson Ando, Dr. Amaral e Dr. Fábio Tozzi).
A difícil equação entre distribuição da população e de profissionais de saúde no mundo e no Brasil foi o ponto de partida para pensar algumas questões a partir da literatura e da análise da realidade local:
- quais estratégias dão certo para estimular a interiorização de profissionais de saúde?
- como definir rural?
- por que a medicina rural é diferente? No que consiste esta diferença?
A partir de 3 exemplos da realidade do sul do país, Leonardo Vieira Targa sugere:
- O aprendizado vivido (ou corporal, partindo do conceito de skillment de Tim Ingold) é interessante para melhor adaptação das práticas médicas à realidade local e deve ser incluída no treinamento de novos profissionais em áreas rurais;
- O estágio rural de Nova Petrópolis, a partir de um estudo piloto, parece concordar com as evidências internacionais de que o treinamento em áreas rurais aumenta a probabilidade do futuro profissional optar por trabalhar fora dos grandes centros;
- A medicina rural apresenta uma série de especificidades que sugerem que ela se desenvolva como área específica dentro da APS e medicina de família e comunidade;
- É necessário maior aproximação com outras áreas como a antropologia, a agronomia, veterinária, ecologia para dar conta da realidade de saúde destas regiões.
As discussões posteriores à apresentação foram muito interessantes em especial pela aproximação das experiências anteriormente distantes, possibilidade de aprendizado com experiência internacional (Canadá) e futura criação de grupo de trabalho da SBMFC com aproximação junto ao MEC e MS para desenvolvimento posterior.
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