Estágio Rural Potencializa Interiorização do Médico de Família e Comunidade
Leonardo Vieira Targa - Médico de Família e Comunidade da SMS de Nova Petrópolis RS.
Fábio Schwalm – Residente em Medicina de Família e Comunidade do SSC-GHC
Martina Hoblik – Médica de Família e Comunidade da SMS de Nova Petrópolis RS
Introdução: O Brasil possui má distribuição de recursos humanos em saúde, inclusive na Estratégia Saúde da Família (ESF). Este é um problema nacional e reflexo de uma tendência mundial. Ter parte da formação em zona rural é um dos fatores que aumentam a probabilidade do profissional trabalhar posteriormente fora de grandes centros. Recentemente, um convênio entre a SMS de Nova Petrópolis (SMS-NP) e o Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (SSC-GHC) proporciona estágio optativo para residentes em área rural. O residente tem a possibilidade de vivenciar a rotina de uma equipe e do planejamento de saúde rural. Este estudo avalia a percepção destes residentes e possíveis influências sobre futuras escolhas quanto ao local de trabalho.
Metodologia: Todos (n=18) estagiários que passaram pelo estágio (2 acadêmicos e 16 residentes) foram convidados a responder um questionário com três questões objetivas e duas subjetivas. Este foi auto-aplicado, via internet, e enviado para um residente, que garantiu o anonimato.
Resultados: Quinze estagiários responderam as questões. Dois procediam de áreas rurais, sete de urbanas de pequeno ou médio porte e seis de grandes áreas urbanas. 53,3% responderam que a chance de trabalhar em área rural ou município pequeno era ALTA antes de passar pelo estágio (n=8). O restante (46,6%) consideravam MÉDIA (n=04) ou BAIXA (n=03) esta possibilidade antes de entrar na residência. Após o estágio, esta possibilidade foi considerada ALTA por 86,6% dos participantes (n=13), sendo que o restante (13,3%) considerava essa probabilidade MÉDIA (n=1) ou BAIXA (n=1). Os argumentos apresentados que reforçariam uma esta escolha foram: condições de trabalho (apoio da gerência, estrutura física e humana, formas de contratação adequadas, salários dignos e rede de APS estruturada); proximidade de um grande centro (estrutura terciária, lazer, convívio com família); e, possibilidade de inserção profissional do cônjuge. 80% responderam que o estágio aumentou a chance de trabalhar em área rural ou pequena cidade, 13,3% responderam que ele não influenciou, pois esta já era uma possibilidade considerada previamente. Apenas um participante respondeu não ter sido influenciado pelo estágio tendo sua probabilidade de trabalhar nessas áreas permanecido baixa.
Conclusão: O Estágio Rural da SMS-NP e SSC-GHC tem apresentado boa avaliação. Esta forma de inserir o ensino rural durante a formação parece influenciar positivamente a chance dos residentes optarem por trabalho fora de grandes centros. Mais pesquisas precisam ser realizadas para avaliar os fatores que podem contribuir para uma melhor distribuição de profissionais para ESF.
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